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Covid-19: Criadores de gado de Bragança otimistas com o verão para recuperar perdas

O presidente da Associação de Criadores de Gado de Bragança, Amadeu Fernandes, mostrou-se, esta terça-feira, “otimista” em relação a um aumento do consumo nos meses de verão para o setor recuperar das perdas com a pandemia covid-19.

A associação representa 850 produtores do concelho de Bragança e o que lhe dizem os associados é que desde o início da crise provocada pelo novo coronavírus “há muito vitelo para sair, muito animal para sair para abate”, que permanecem nas explorações “porque não há consumo”.

O presidente está, contudo “otimista para o verão” e está convencido “de que se vai recuperar”, apesar de nos próximos meses estarem canceladas as festividades e outros eventos e de o setor do turismo estar condicionado.

A nossa previsão é que nos meses de verão se retomem os valores normais no mercado da restauração e que pessoas que vão consumir mais”, afirmou.

O dirigente falava à margem da assinatura de um protocolo com a Câmara de Bragança, que, pelo segundo ano, consecutivo, financia as despesas que os produtores de gado têm com a vacinação obrigatória dos animais.

A autarquia sustenta que este e outros apoios assumem maior relevância numa altura em que o setor pecuário regista quebras deaté 80 por cento nas vendas de carne, com o acentuar das dificuldades de escoamento devido ao encerramento temporário dos restaurantes e atividades turísticos” pelas medidas de contenção da pandemia covid-19.

Para a chamada profilaxia obrigatória, a Câmara de Bragança atribuiu 73 mil euros, um pouco mais dos que os 60 mil do ano anterior, à associação de produtores que têm de vacinar cerca de três mil bovinos e mais de 30 mil ovinos e caprinos existentes no concelho de Bragança.

Esta medida junta-se a outra que entra agora também em vigor e que consiste na redução de 50% das taxas de abate no matadouro municipal de Bragança, o que representa um valor de 40 mil euros até ao final do ano, segundo o autarca.

CMB

Esta medida é encarada como “um alívio”, já que o custo do abate “pesa” no orçamento dos produtores, como sublinhou o presidente da associação, dando como exemplo os cerca de 90 euros pago para um animal de 200 quilos.

O presidente da Câmara reconhece este esforço financeiro, mas garante que o matadouro municipal de Bragança “não pratica preços superiores a nível nacional, nem sequer a nível regional, são os valores de mercado”.

A Câmara de Bragança, proprietária do matadouro, está também a fazer obras de reabilitação e melhoramento naquele equipamento no valor de 120 mil euros.

Tudo junto, soma um valor global “superior a 220 mil euros para ajudar o setor pecuário”, como salientou Hernâni Dias.

Pretendemos que o setor pecuário continue a ter a expressão que tem a nível do concelho e que os nossos produtores possam estar satisfeitos com aquilo que fazem e que contribuamos desta maneira para o desenvolvimento económico, para a promoção económica do concelho”, sustentou.

Portugal entrou no dia 3 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

O Governo iniciou nessa data o processo de desconfinamento gradual da população e da economia com a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.

O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura da época balnear para 6 de junho.

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